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Ações tokenizadas podem revolucionar o mercado financeiro

À medida que as finanças tradicionais dão cada vez mais espaço para a tecnologia blockchain, algumas vozes apontam que simplesmente mover produtos financeiros para esse novo ambiente não é o suficiente. Mark Greenberg, da Kraken, traz uma ideia interessante: as ações tokenizadas precisam ser mais do que uma cópia digital do que já existe em Wall Street. Segundo ele, é hora de libertar essas ações, tornando-as mais acessíveis, programáveis e com um alcance global.

Falar de tokenização é, na verdade, uma oportunidade para repensar como os mercados funcionam. Desbloquear essa acessibilidade e programabilidade pode mudar a forma como realizamos transações. Como Greenberg diz, “ações tokenizadas não podem ser apenas ‘Wall Street em uma blockchain’. Isso não faz sentido.” Ele acredita que as ações devem refletir as qualidades da internet: sempre ativas, autogeridas e acessíveis de todos os lugares.

Reconstruindo ativos financeiros para serem tão fluidos quanto as criptomoedas

Greenberg enfatiza que muitas instituições ainda subestimam o impacto transformador dessa mudança. O foco não deve ser somente em aplicar tecnologia nova aos ativos já existentes, mas em reconstruir o acesso financeiro para que seja tão fluido e programável quanto encontramos com as criptomoedas.

O ideal é que qualquer pessoa possa acessar mercados globais em tempo real, utilizando ferramentas antes restritas apenas a grandes investidores e fundos de hedge. Para os desenvolvedores, as ações tokenizadas apresentam uma plataforma propensa à criação de aplicativos, similar ao que vemos com stablecoins e os protocolos de finanças descentralizadas, conhecidos como DeFi.

Quando o assunto é regulamentação, Greenberg observa que a Kraken acredita que o futuro dos mercados de capitais deve se apoiar em uma infraestrutura aberta e programável. Recentemente, a Kraken fez uma parceria com a Backed Finance para lançar o xStocks, um produto inovador que permite a negociação de mais de 60 ações tokenizadas. Isso inclui gigantes como Netflix, Meta e Coinbase, presentes não só na Kraken, mas também na Bybit e em diversas plataformas DeFi na rede Solana.

Ele explica que, ao criar ações tokenizadas como o xStocks, estão estabelecendo sistemas que são permissionless e composáveis, garantindo que os ativos respeitem estruturas legais. Esse modelo tem a intenção de ir além da descentralização, mantendo as proteções prioritárias dos reguladores. Greenberg ainda pontua que a regulamentação precisa evoluir para apoiar esse equilíbrio.

Tokenização de ações na Ethereum

Enquanto a Kraken avança nesse terreno, outra plataforma, a eToro, também se prepara para lançar ações tokenizadas. Diferente da Kraken, que utiliza a Solana, a eToro vai tokenizar 100 ações dos Estados Unidos na rede Ethereum.

A corrida para tokenizar ações não é uma exclusividade da eToro ou da Kraken. Organizações ligadas à Ethereum estão dialogando com reguladores para criar padrões que conectem as inovações da tecnologia blockchain com as exigências das regulamentações tradicionais. Recentemente, em 21 de julho, membros da comunidade Ethereum se reuniram com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para discutir como harmonizar esses mundos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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